Nas Entranhas de um Grande Peixe, No Coração do Mar...

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Eu ainda me assusto ao ouvir “cristãos maduros e experimentados” se queixando de serem infelizes, de estarem insatisfeitos com a vida por não terem ou não conseguirem “isso ou aquilo”. Eu me assusto comigo mesmo! Ah, você pensa que eu não me incluo nisso às vezes? (E eu digo “às vezes” para ser razoável). Preciso melhorar tanto, tanto, tanto ainda... 

 

"Se paz a mais doce me deres gozar

 Se dor a mais forte sofrer 
 Oh! Seja o que for, Tu me fazes saber 
 Que feliz com Jesus sempre sou!
 

 Sou feliz, com Jesus
 Sou feliz com Jesus, meu Senhor!"

 
É... cantar é fácil... Mas viver dá mais trabalho!

Bem, existe uma promessa para aqueles que buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça, de que as ‘outras coisas’, isto é, o que é necessário para o sustento lhes será acrescentado (conferir Mateus 6.25-34). Mas pare e pense, será que quando esperamos receber as ‘outras coisas’, nos aborrecemos por causa delas ou até mesmo exigimos de Deus recebê-las, nós, alguma vez, realmente buscamos o Seu Reino e a Sua justiça em PRIMEIRO lugar? 

Pois é, como o profeta Jonas, nós nos enfurecemos por motivos fúteis; queremos que Deus nos honre a qualquer custo, ainda que isso signifique impingir uma punição severa e injusta contra o arrependido! Podemos ser até bem piores do que Jonas... Facilmente nós nos dispomos a não perdoar, mudando convenientemente até o significado de perdão para nos justificar. Agimos e/ou nos comportamos friamente, por picardia, por vingança, nos enchemos de soberba e orgulho (e nos orgulhamos disso), nos tornamos egoístas, hipócritas, cada vez mais duros, mais teimosos e amargurados por mero capricho, por pirraça mesmo, e talvez, inconscientemente ou não, tentando atingir a Deus, procurando chamar a atenção d'Ele e de uma maneira que Ele costuma rejeitar (cf. Tiago 4.6). Murmuramos, entristecemo-nos e revoltamo-nos ao ponto de pedir a morte por causa de uma planta qualquer que nos fazia sombra, mas morreu na noite seguinte em que nasceu... (cf. Jonas 4). Não percebemos que estamos sendo insensíveis em relação ao nosso próximo, por várias, vezes muito próximos; nossa família, nossos entes queridos, nossos irmãos em Cristo, nossos amigos. Se estivermos chateados, nos achamos no direito de deixar todos ao nosso redor no mesmo estado! 

Isso porque precisamos “disso e daquilo” para sermos felizes. Nunca estamos satisfeitos, queremos sempre mais, embora não haja boas justificativas do ponto de vista de Deus pra querermos tanto... Afinal se somos tão egoístas no pouco, por que seríamos diferentes no muito? (cf. Mateus 25.14-30). Melhor é dar do que receber (cf. Atos 20.35). Porém, eu ainda acredito que a generosidade em sua melhor forma não se resume em dar visando receber algo em troca ou em doar o que está sobrando, mas, sim, em repartir em meio à falta; em compartilhar quando a escassez também nos atinge. Mas nós dizemos: "O Senhor é o meu Pastor e NADA me faltará" (cf. Salmo 23.1). Se, porém, buscarmos uma melhor tradução deste versículo, resgataremos o seu real significado: "O Senhor é o meu Pastor e NÃO me faltará", isto é, Ele é Quem nunca nos falta, nunca nos abandona! A própria continuação do Salmo 23 não descarta a probabilidade de aflições, 'os vales de trevas e morte'. Lembre-se do patriarca Jó, que apesar de sua integridade foi terrivelmente tentado e assaltado por Satanás (cf. Jó 1 e 2), contudo se manteve íntegro (cf. Jó 2.9-10).
 

"Embora me assalte o cruel Satanás
 E ataque com vis tentações
 Oh! certo eu estou, apesar de aflições
 Que feliz eu serei com Jesus!

 

 Sou feliz, com Jesus
 Sou feliz com Jesus, meu Senhor!"

Jó deu muito trabalho ao Diabo por causa da sua integridade. Enquanto que com muitos de nós, o Diabo deve se preocupar bem pouco ou nada, visto que, nós abandonamos diversas das práticas cristãs, cujo valor é eterno,  por acharmos, ou mesmo, termos certeza de que seremos incompreendidos. Ignorando os alertas de nossa Consciência, ocupamos nossas mentes, nossas vidas, investimos tempo e intensos esforços com coisas sem sentido, desnecessárias, inúteis. Vivemos para correr atrás do vento... (cf. Eclesiastes 2.11). Chegamos ao cúmulo de brigar com unhas e dentes, de passar por cima de tudo e de todos por causa destas coisas. Porém, Jesus disse que somente uma coisa é necessária! (cf. Lucas 10.38-42). 

Quando frustrados, por buscarmos nossos próprios interesses, nossa felicidade, de maneira errada e não conseguindo alcançá-los, nós dizemos ao nosso próximo, a quem julgamos ter culpa, coisas do tipo: “Eu fiz 'isso', eu fiz 'aquilo', mas você nunca me valorizou”, “Eu me sacrifiquei, trabalhei penosamente, mas você nunca me reconheceu”, “Na hora da dificuldade, você sempre me abandona”, ou ao contrário, "Quando está tudo bem você me esquece", “Você não me compreende”, “Você não me ama e nunca me amou”. E não paramos para pensar que talvez Deus esteja dizendo exatamente as mesmas palavras ao nosso respeito! Queremos gratidão da parte dos outros, quando somos ingratos. Enxergamos apenas nos outros os problemas, embora os mesmos ou piores residam em nós (cf. Mateus 7.3-5). Precisamos perdoar para sermos perdoados e da maneira que nós perdoamos, seremos perdoados. A mercê divina tem esta condição (cf. Mateus 6.14-15 e 18.21-35).

"Meu triste pecado por meu Salvador
 Foi pago de um modo cabal;
 Valeu-me o Senhor, oh! mercê sem igual
 Sou Feliz! Graças dou a Jesus!

 Sou feliz, com Jesus

 Sou feliz com Jesus, meu Senhor!"

Tem que ser do nosso jeito! Então, quando tudo parece dar errado, começamos a pedir a morte! Não pensamos se há alguém que precisa de nós, se há um ministério a ser realizado, uma missão a ser cumprida, uma jornada a ser seguida... Jornada esta, que não deve terminar quando nós mesmos decidimos! Pedimos a morte como prêmio de consolação, porque pelo menos isso, como cristãos, sabemos: que a glória será indizivelmente melhor! Mas que prêmio? Que mérito temos para recebê-lo? É verdade que somos mais do que vencedores em Cristo Jesus, todavia, se desistirmos ou retrocedermos não estaremos n’Ele (cf. Hebreus 10:38). Esta vitória é para aqueles que perseverarem até o fim (cf. Mateus 24.12-13). Portanto, não se pode considerar digno deste “prêmio de consolação”, aquele que clama pela morte almejando a vida eterna no Paraíso junto à Deus, mas está com o coração sobrecarregado de hipocrisia, mentiras, egoísmo, rancor, amargura, orgulho e ingratidão. Sendo que estas coisas não podem entrar nos Céus; nós temos que aprender a nos desfazer delas aqui na terra.

"A vinda eu anseio do meu Salvador,
 Que em breve virá me levar
 Ao céu onde vou para sempre morar
 Com remidos na luz do Senhor.

 Sou feliz, com Jesus

 Sou feliz com Jesus, meu Senhor!"

Possivelmente, você que esteja lendo isto agora, tem enfrentado lutas neste exato momento. Lutas que são muito maiores do lado de dentro de você, em sua alma. Você vive atormentado, sem paz e não consegue ser feliz, isto, talvez, por que você busque a felicidade em primeiro lugar pensando ser este o propósito de Deus para a sua vida! Contudo, a felicidade plena, ou melhor, uma vida bem-aventurada é o resultado de uma vida de acordo com o propósito de Deus. É possível, também, que você tenha se esquecido de aplicar os princípios básicos do Evangelho à sua vida, deixou o amor esfriar, se recusou a perdoar, não aprendeu a compartilhar... Ignorou o chamado de Deus, abortou a missão, deixou de obedecer aos mandamentos do Senhor, não buscou o Seu Reino e a Sua justiça em primeiro lugar!

Talvez, tenha sido por isso que veio a tempestade!!! E por isso você foi lançado em águas tortuosas ao se tornar uma carga muito perigosa, a causa de todos os problemas, uma companhia indesejável, jogado para fora do navio que escolheu embarcar, fugindo da presença de Deus, indo em direção oposta à vontade d'Ele para a sua vida! (cf. Jonas 1.3). Talvez, neste exato momento, porém, as águas já tenham se acalmado, os ventos cessaram, a tempestade passou. E agora você se encontra nas entranhas de um grande peixe, beirando à morte, no coração do mar (cf. Jonas 2.3).Quem sabe agora, você olhe para si mesmo, para o seu comportamento, para as atitudes que eventualmente tenham te trazido à esta situação e reconhecendo os seus erros, você diga:“É castigo de Deus e eu mereço esta punição”. Entretanto, isso tudo não é simplesmente um castigo! Mas Deus interviu milagrosamente para te dar uma nova oportunidade de Lhe obedecer, de embarcar no navio certo; que embora também esteja propenso às fortes tempestades, ao permanecer dentro dele, você pode ter total segurança de que chegará ao destino correto. 

Então clame a Deus aí onde você está, ainda que nas entranhas de um grande peixe! (Jonas 2.1). Você não pode sair daí sozinho, mas tem que escolher sair, para então ser resgatado! A sua história não precisa acabar no coração do mar, na obscuridade. Deus deseja te honrar, não punindo injustamente o arrependido, mas usando a sua vida, o seu testemunho, o seu exemplo, as suas experiências, as suas dores, as suas lutas, as suas vitórias, a sua história única e inigualável, como ferramentas para o exercício do ministério da reconciliação que lhe foi confiado (2 Coríntios 5.18-19), o serviço de conduzir pessoas ao arrependimento; aos pés de Cristo. Quer honra maior? Este serviço sim, tem valor eterno!

Deus está aguardando pacientemente por sua oração, por seu arrependimento, por sua disposição sincera de mudar de comportamento e atitudes. Chame por Ele. Não importa em que condições você se encontre neste momento, entregue-se a Jesus como você está e deixe a transformação da sua vida por conta d'Ele. 

Enfim, operando até milagres, Ele cuida para que ninguém se perca e procura até encontrar o perdido (cf. Mt 18.11-14). Mas é preciso se reconhecer perdido e querer ser encontrado. Disse Jesus: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento" (cf. Lucas 5.31-32).

Pequenos milagres também servem pra chamar sua atenção aos pequenos detalhes e para revelar que Deus está no controle de tudo. Nada é insignificante para Ele! 

Já é um milagre você ter lido esta mensagem!
E não se esqueça, Jesus te ama.

 

Pr. Max Brito